Janela de casa

Abro a janela e só espero ver essa chuva que de passageira só insiste em ficar por mais uma noite. As estrelas quase não conseguem aparecer naquele céu, pois as nuvens espessas são mais fortes que o brilho de cada estrela naquela escuridão.

Mesmo com esse breu todo que tende a dominar minha noite, não desisto e não abandono o parapeito de minha janela, o cheiro da grama molhada, e o barulho da água correndo pelos galhos secos da minha macieira me deixam hipnotizado, a ponto de viajar ali mesmo, sem sair do lugar. 

E foi nesse passeio todo, que em um descuido me vi seguindo com os olhos o único ponto luminoso naquele céu escuro, sem dúvidas entrei em transe e percebi o momento oportuno, já não acreditando na possibilidade de isso ser real, mas resolvi arriscar. Fiz meu pedido.

Quem sabe eu acorde em uma manhã de sol quente?

Renato Alexandre