Todo dia era a mesma coisa, as mesmas pessoas no ônibus, as
mesmas músicas no fone de ouvido, e o mesmo caminho a seguir.
Era para ser só mais um dia normal como os outros, mas não
foi. Ônibus lotado, e com muita sorte um lugar aparece e imediatamente já o
ocupei, ainda meio estabanado com a mochila e o fone de ouvido que não parava
em meus ouvidos consegui me ajeitar.
Lógico, tão distraído que estava nem reparei quem estava do
meu lado, só depois de alguns minutos já confortável no banco, olhei para o
lado e vi você. Na hora fiquei sem palavras, fingia olhar a rua para poder
ficar te observando, e você já percebendo minha facilidade em ser discreto
começou seu jogo de sedução. Mas eu não estava me importando, eu só queria
entender como que eu nunca tinha te visto antes, sendo que pegávamos sempre o
mesmo ônibus, sempre no mesmo horário e sempre junto.
Mas como “nada é para sempre” e muito menos a minha presença
dentro desse ônibus, sentado ao lado de uma pessoa encantadora, eu tinha que ir
embora, tinha que descer. Mesmo achando que eu não devia sair.
Levantei-me e dei o sinal para o ônibus parar no próximo ponto,
que estava a alguns metros dali, como disse anteriormente meio desajeitado
ainda consegui me levantar, mas estava praticamente hipnotizado pela garota que
ali estava, e no descuido percebi que o ponto onde iria descer tinha chegado
então sai na pressa e sem perceber deixei meu celular cair no banco onde estava
sentado.
Assim que sai do ônibus, fiquei ainda por alguns minutos
parado sem saber o que fazer, só lembrava do seu rosto e do meu celular.
Será que ela pegou?
A dúvida ficou, e por um impulso mais forte resolvi fazer
uma ligação para meu próprio celular.
E o telefone chamou.
Renato Alexandre
Ah, fiquei curiosa! Vale não! kkk
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