domingo, 12 de setembro de 2010

O ser que era humano

Existia ali um homem.
No meio de tanta desigualdade entre raças, existia ali um homem que se destacava perante a multidão que ali existia. Esse era um ser que era humano, nele existia algo que o diferenciava dos outros, uma espécie de dom sobrenatural.
Esse homem foi criado em meio a conflitos, disputas de territórios, hierarquia no bando e até a necessidade de ser reconhecido entre os demais. Esse homem viveu durante sua infância em cima de uma árvore, pulando de galho em galho com seus irmãos de olhos. Só para ficar mais claro, quando digo irmãos de olhos, quero apresentar a única coisa em comum entre eles.
Assim foi grande parte de sua trajetória juvenil, tudo era motivo de risos ou de sons ensurdecedores em forma de esboçar algo. Só que esse ser que era humano uma hora teve que crescer e junto a seus irmãos de olhos aprendeu a buscar a sua sobrevivência, aprendeu a colher frutos bons e a caçar de forma segura e responsável, sempre com seu bando para não se tornar alvo fácil dos caçadores. Suas investidas nunca obtiveram sucesso, parecia que ele era meio diferente dos outros, pois era o único que não conseguia ser o que realmente queria ser.
Com o tempo foi se acostumando, foi aprendendo a lhe dar com as diferenças que tinha entre seus irmãos, sim foi difícil. Passou por momentos de solidão, onde observava seu corpo e tentava comparar com os demais que viviam junto a ele, e percebia que havia diferenças, percebia que havia coisas que ele não tinha e coisas que ele tinha e seu povo não. Sentia-se um ridicularizado com isso, achava que esse era um dos motivos para que nada desse certo em sua existência. Chorou, por uma noite.
Como ele não tinha uma desenvoltura tão grande para poder se camuflar quando mais queria ficar sozinho, ele se escondia em uma caverna escura que existia próximo ao seu território e por dias ficava ali.
Nessa noite de lagrimas, foi surpreendido por uma invasora no seu espaço, assim meio assustado pela descoberta do seu esconderijo tento defender seu espaço, mais qualquer tentativa era em vão. Ele não possuía esse dom.
A invasora se aproximou dele, e com um desejo de curiosidade lançou seus dedos em direção ao rosto do ser, e se encantou em ver aquele líquido que saia dos olhos do ser que era humano, e como se fosse algo mágico continuou a secar as lagrimas dele da forma mais cuidadosa possível, sem saber o que estava acontecendo ele deixou ela agir, e apenas fechou os olhos e aguardou o termino daquele momento.
Assim que seu rosto já estava totalmente seco, a invasora parou e observou cada detalhe do rosto do ser, cheia de curiosidade ficou ali aguardando cair mais liquido dos olhos dele. Logo se sentiu melhor e por alguns minutos deixou todas as diferenças que havia notado em instantes passados para demonstrar algo que ainda não tinha presenciado, o ser que era humano teve sua primeira paixão.
Ele não sabia explicar, simplesmente havia ali agora um sentimento em seu peito que dominava seu corpo, algo que era difícil de mais para se explicar e intenso de mais para se justificar. Simplesmente o que ele não sabia era que esse seria mais uma dor que ele ia passar, assim como observava as desigualdades que existia entre ele e seu povo, ainda ia perceber que seu primeiro ato sentimental foi algo irracional, e que não poderia continuar naquela situação. Mas como estava cego de amor, não via nada disso, para ele todo esse encanto que ele sentia, e achava que estava sendo correspondido, era mágico, era algo que lhe fazia ir aos galhos mais altos possíveis e voltar a qualquer momento.
Só que teve um belo dia que as verdades apareceram, e assim teve como conseqüência o abandono, o desapego. O ser foi vitima do seu próprio bando, sim agora ele era um ser desgarrado do seu grupo.
A angustia tomou conta do seu peito, que ali deixou de sentir aquele sentimento bom para sentir algo novo, mas que lhe fazia ficar triste. E o que mais sentia falta era da intrusa que invadiu seu coração. Só que teve que se acostumar a viver sem ela, e a dominar a angustia que seu coração abrigou.
Hoje o ser que era humano vem evoluindo, não se sabe como ele ficou depois disso tudo, não se sabe se sobreviveu ou se já morreu.Hoje o ser que era humano sabe o que é amar, e sabe o que é ter que deixar esse amor ir embora.
Fica a esperança de um dia ele sentir o que é amar novamente, vai ver que esse é o verdadeiro dom dele, só falta ele descobrir. 
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Uma Frase que escutei hoje que achei muito boa !

Para as pessoas que acham que o "homem" é a evolução do macaco.

"Se o homem é a evolução do macaco, porque ainda existem macacos?"

Um comentário:

  1. Pra variar, vc arrazando nos seus textos né ? rsrs' AMEI *--*
    e essa frase do fim
    "Se o homem é a evolução do macaco, porque ainda existem macacos?" tudo que há _:) ( Sou suspeita a falar ne ? rsrs' )
    Beijos meu paulista ♥

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